quarta-feira, setembro 24, 2008

Agradecimentos

Ao fim de tanto tempo de vida na comunidade blogger, hoje consegui ser surpreendida...
Ao iniciar este percurso tinha por objectivo escrever algumas crónicas do dia a dia de uma estudante de enfermagem, deixando por vezes alguns desabafos. Mal ou bem vou deixando a minha marca.

Contudo, o dia de hoje foi diferente. Estava nas minhas conversas de msn, tratando (para variar) de assuntos da AE, quando por mero acaso (a Ritinha diria "Eh pah mais outra novela.... so tu!") uma pessoa do segundo ano me diz que "tropeçou" no meu blog mesmo antes de se decidir pelo curso. Segundo a mesma fonte, gostou do blog e acha-o muito interessante.

Deixo aqui os meus agradecimentos a todos os leitores e um pedido: enviem me sugestões para melhorar o que aqui vou escrevendo.

Saudações Académicas!

Joana

segunda-feira, setembro 22, 2008

Parabéns vermes!

Uma última nota....

Parabéns a todos os vermes eselianos.... e muito boa sorte no vosso novo percurso académico.

Força aí!

"Nobody said it was easy"

Devido à falta de inspiração apenas deixo aqui a letra de uma música que gosto bastante....

Porque ninguém disse que era fácil....

"The Scientist

Come up to meet you, tell you I’m sorry,
You don’t know how lovely you are.
I had to find you, tell you I need you,
Tell you I set you apart.

Tell me your secrets and ask me your questions,
Oh, lets go back to the start.
Running in circles, coming in tales,
Heads are a science apart.

Nobody said it was easy,
It's such a shame for us to part.
Nobody said it was easy,
No-one ever said it would be this hard,
Oh take me back to the start.

I was just guessing at numbers and figures,
Pulling your puzzles apart.
Questions of science, science and progress,
Do not speak as loud as my heart.

And tell me you love me, come back and haunt me,
Oh and I rush to the start.
Running in circles, chasing tails,
And coming back as we are.

Nobody said it was easy,
oh its such a shame for us to part.
Nobody said it was easy,
No-one ever said it would be so hard.

Im going back to the start.

oh, ooooo,
ah, ooooo,
oh, ooooo,
oh, ooooo"

Coldplay, A rush in the blood to the head

Saudações Académicas!

Joana

sexta-feira, setembro 19, 2008

Folhas Caídas e o Início do Outono

"Antes que venha o Inverno e disperse ao vento essas folhas de poesia que por aí caíram, vamos escolher uma ou outra que valha a pena conservar, ainda que não seja senão para memória.

A outros versos chamei eu já as últimas recordações de minha vida poética. Enganei o público, mas de boa fé, porque me enganei primeiro a mim. Protestos de poetas que sempre estão a dizer adeus ao mundo, e morrem abraçados com o louro - às vezes imaginário, porque ninguém os coroa.

Eu pouco mais tinha de vinte anos quando publiquei certo poema, e jurei que eram os últimos versos que fazia. Que juramentos!

Se dos meus se rirem, têm razão; mas saibam que eu também primeiro me ri deles. Poeta na primavera, no estio e no outono da vida, hei-de sê-lo no inverno, se lá chegar, e hei-de sê-lo em tudo. Mas dantes cuidava que não, e nisso ia o erro.

(...)

Não sei se são bons ou maus estes versos; sei que gosto mais deles do que nenhuns outros que fizesse. Porquê? É impossível dizê-lo, mas é verdade. E, como nada são por ele nem para ele, é provável que o público sinta bem diversamente do autor. Que importa?

Apesar de sempre se dizer e escrever há cem mil anos o contrário, parece-me que o melhor e o mais recto juiz que pode ter um escritor é ele próprio, quando o não cega o amor-próprio. Eu sei que tenho o olhos abertos, ao menos agora.

Custa-lhe a uma pessoa, como custava ao Tasso, e ainda sem ser Tasso, a queimar os seus versos, que são seus filhos; mas o sentimento paterno não impede de ver os defeitos das crianças.

Enfim, eu não queimo estes. Consagrei-os Ignoto Deo. E o deus que os inspirou que os aniquile se quiser: não me julgo com direito de o fazer eu.

(...)

O meu deus desconhecido é realmente aquele misterioso, oculto e não definido sentimento de alma que a leva às aspirações de uma felicidade ideal, o sonho de oiro do poeta.

Imaginação que porventura não se realiza nunca. E daí quem sabe? A culpa é talvez da palavra, que é abstracta de mais. Saúde, riqueza, miséria, pobreza, e ainda coisas mais materiais, como o frio e o calor, não são senão estados comparativos, aproximativos. Ao infinito não se chega, porque deixava de o ser em se chegando a ele.

Logo o poeta é louco porque aspira sempre ao impossível. Não sei. Essa é uma disputação mais longa.

Mas sei que as presentes Folhas Caídas representam o estado de alma do poeta nas variadas, incertas e vacilantes oscilações do espírito , que, tendendo ao seu fim único, a posse do ideal, ora pensa tê-lo alcançado, ora estar a ponto de chagar a ele - ora ri amargamente porque reconhece o seu engano - ora se desespera de raiva impotente por sua credulidade vã.

Deixai-o passar, gente do mundo, devotos do poder, da riqueza, do mando, ou da glória. Ele não entende bem disso, e vós não entendeis nada dele.

Deixai-o passar, porque ele vai onde vós não ides; vai, ainda que zombeis dele, que o calunieis, que o assassineis. Vai, porque é espírito, e vós sois matéria.

E vós morrereis, ele não. Ou só morrerá dele aquilo em que se pareceu e se uniu convosco. E essa falta, que é a mesma de Adão, também será punida com a morte.

Mas não triunfeis, porque a morte não passa do corpo, que é tudo em vós, e nada ou quase nada no poeta."

Advertência a Folhas Caídas
Almeida Garrett

E assim começa o Outono, com sol de praia....

Saudações Académicas, Joana